Licença parental partilhada: vale a pena? Vantagens e desvantagens (2025)
Publicado em 11 de Maio de 2025

A licença parental partilhada permite que mãe e pai dividam o tempo de acompanhamento ao bebé, com impacto direto na dinâmica familiar, no vínculo afetivo e até no rendimento mensal. Mas será que compensa? Neste artigo explicamos como funciona esta opção em Portugal, o que se ganha e o que se pode perder — para ajudar na tua decisão.
1. O que é a licença parental partilhada?
A licença parental partilhada é uma modalidade da licença parental inicial em que ambos os progenitores dividem o tempo de ausência ao trabalho. Em vez de ser apenas a mãe ou o pai a gozar a totalidade da licença, há uma divisão concertada.
Esta partilha é relativa ao período após o período exclusivo da mãe — os primeiros 42 dias da licença — em que tanto a mãe como o pai são obrigados a gozar de um certo período de dias.
Exemplo:
- 120+30 dias a 100%Após os 42 dias do período exclusivo da mãe, a mãe goza 60 dias e o pai 48.
- 150+30 dias a 83%Após os 42 dias do período exclusivo da mãe, a mãe goza 60 dias, o pai 30 e a mãe os restantes 48.
- 150+30 dias a 90%Após os 42 dias do período exclusivo da mãe, a mãe goza 60 dias, o pai 60 e a mãe os restantes 18.
2. Quem pode beneficiar?
Podem beneficiar todos os trabalhadores com filhos nascidos ou adotados, desde que:
- Ambos os pais sejam trabalhadores com direito a licença
- A partilha seja formalizada junto da Segurança Social
- O gozo da licença seja feito em períodos seguidos ou interpolados, conforme as regras
3. Quais são as vantagens?
- 👶 Maior envolvimento do pai no cuidado inicial do bebé
- 🤝 Reforço do equilíbrio na parentalidade
- 💰 Maior duração total de licença se for bem planeada (até 180 dias)
- 🧠 Benefícios emocionais e psicológicos para a criança e os pais
- 🧾 Flexibilidade na gestão da licença e vida profissional
4. E as desvantagens?
- ⏳ Rendimento mensal pode ser mais baixo se optarem por mais dias (180 dias = 83% do salário)
- 🔄 Possível impacto na carreira de ambos, especialmente em PME com menos flexibilidade
- ❌ Nem todas as famílias conseguem ou querem dividir a licença por motivos práticos
5. Quanto se recebe?
Depende da duração e da forma como a licença é dividida:
- 150 dias (partilhada): 100% do salário
- 180 dias (partilhada): 83% do salário
- 180 dias com gozo específico do pai: 90%
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6. Vale a pena para ti?
A licença partilhada é um incentivo à presença de ambos os pais nos primeiros meses do bebé, oferecendo uma remuneração atrativa que procura diminuir o impacto da ausência ao trabalho em prol do acompanhamento da criança.
Fazendo uma breve comparação às modalidades não partilhada e partilhada:
- 150 dias a 80%não partilhada vs.120+30 dias a 100%partilhada: aqui a vantagem é clara, a licença partilhada oferece uma remuneração maior para o mesmo número de dias de licença.
- 150 dias a 80%não partilhada vs.150+30 dias a 83%partilhada: usando uma remuneração de €3,000 como exemplo, a licença não partilhada teria um rendimento de €2,400 e a partilhada de €2,490. Significa portanto que os 30 dias adicionais pagariam €90.
- 150 dias a 80%não partilhada vs.150+30 dias a 90%partilhada: usando novamente a remuneração de €3,000 como exemplo, a licença não partilhada teria um rendimento de €2,400 e a partilhada de €2,700.
Os 30 dias adicionais pagariam €300.
Para além do fator da remuneração, há que ter em conta fatores reais como a estabilidade no emprego e a vontade de ambos os pais estarem presentes nos primeiros meses de vida da criança.
7. Conclusão
A licença parental partilhada pode ser vantajosa se procuras equilíbrio entre rendimentos e tempo familiar. Exige planeamento, mas traz retorno emocional e prático.
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